Ao final do mês de junho, fui convidado por Leandro, um amigo que estuda na mesma universidade que eu, para irmos para Brotas, cidade do interior paulista. A cidade é a capital do turismo de aventura no estado, e o convite surgiu para que eu pudesse fazer um Curso de Condutor de Técnicas Verticais, e trabalhar na empresa que subsidia o curso, a Alaya Expedições e Turismo de Aventura.
Previamente, apenas Leandro e eu iríamos de ônibus, mas no entanto, Leandro avisou depois de alguns dias que um outro rapaz iria conosco, de nome também Leandro, bombeiro na cidade de Santo Antônio da Platina-PR (80km de Ourinhos). Mudamos a forma de locomoção até Brotas, resolvemos ir com o carro do Leandro, o bombeiro, e assim tive que mudar a maneira que iria fazer para encontrá-los. Ourinhos se localiza como a última cidade na fronteira sul entre o estado de São Paulo, e o estado do Paraná. A separação é feita pelo rio Paranapanema, que acaba fazendo o papel de linha fronteiriça imaginária entre os dois estados. No entanto, logo ao cruzar o rio, existe uma praça de pedágio, que impede os motoristas atravessarem o trecho sem pagar. Meus dois amigos Leandro, moram na cidade de Jacarezinho-PR (20km de Ourinhos), e para não pagarem o pedágio, fizeram um contorno passando por outra cidade paranaense que dá acesso ao estado de São Paulo nas proximidade de Jacarezinho, Cambará. Assim sendo, tive que me deslocar para a cidade mais próxima dessa saída sem pedágio para o estado de São Paulo. Assim sendo, saí logo de manhãzinha da rodoviária de Ourinhos em direção à cidade de Salto Grande. De lá, eu iria encontrá-los e seguiriamos viagem.
Seguimos até a cidade de Leandro, quem havia nos convidado para a empreitada, em Echaporã, bela cidade situada numa serrinha, com algumas cachoeiras em seu entorno, daí explica-se a prática antiga de Leandro em técnicas verticais. A cidade fica entre a cidade de Assis, e a cidade de Marília, e está aproximadamente 120km de Ourinhos. De Echaporã, seguiríamos sentido Brotas. Partimos de Salto Grande as 9:30a.m, e nossa chegada estava prevista para as 13:00p.m, devido à nossa parada em Echaporã.
Em algum lugar entre Assis e Echaporã
Leandro, eu, Leandro Bombeiro
Leandro, eu, e Leandro Bombeiro
Os três já em Brotas
Vale ressaltar, que não tínhamos certeza alguma de algum tipo de alojamento para nós enquanto estivéssemos em Brotas. Sendo assim, preparei minha mochila, como se fosse para uma incursão na mata. Apenas tínhamos a idéia de acampar. Fazia um frio tremendo naquele início de julho, e em nossas mentes apenas tínhamos a certeza de que iríamos passar dificuldades certemente. Mesmo com os benefícios que a empresa nos proporciona, passaríamos poucas e boas em Brotas.
Porém, ao chegarmos em Brotas, Leandro resolveu visitar uma amiga dos tempos em que trabalha na temporada para a Alaya. Ao chegarmos lá, fomos muito bem por uma senhora japonesa de 65 anos, Maria do Carmo, mais conhecida por todos como "Vovó". Ela vendo nossa condição, prontamente cedeu sua casa para que pudéssemos ficar. Sabia que iríamos enfrentar muitas dificuldades se fôssemos ficar acampados. Assim sendo, aceitamos o convite, e nos instalamos lá. Todo o meu equipamento para acampar fora trazido à toa, apenas serviu para fazer volume e peso na minha bagagem. Depois de saber que nossa situação estava confortável e garantida, só nos restava sair dar uma volta pela cidade para relaxar depois de uma viagem cansativa.
Maria do Carmo, "Vovó" para os íntimos
Parque dos Saltos
Parque dos Saltos
Depois de uma noite reconfortante, nossas energias estavam recarregadas. Acordamos as 7:00a.m e fomos para a agência da Alaya para tratar da situação de inscrever-nos para o curso. Depois de tudo acertado, fomos em direção à base que nos fora designada.
A Alaya tem duas bases de treinamento e prática dos esportes de aventura que ela oferece. Na base chamada de A.C.A (Alaya Centro de Aventura), oferece-se espaço para a prática de escalada, rapel in door, arvorismo, arvorismo infantil, mini rafting, e bóia cross. Esta base fica localizada cerca de 4km do centro de Brotas. Dentro da propriedade correm as águas do rio Jacarépepira, onde são praticados os esportes de águas brancas (mini rafting e boia cross).
Na base conhecida como ECO PARQUE, são oferecidas as práticas de Voo do Falcão (Tiroleza), caiaque nas águas da Represa do Patrimônio, Cavalgada, Trilha, além do Canionismo. A base fica localizada à 22km de Brotas, num conjunto de terras arrendadas da fazenda Sinhá Ruth. Nas cercanias da área da Alaya estão localizadas 2 cachoeiras, a cachoeira do Patrimônio com 35m de atura, e a cachoeira do Jacaré com 45m. Já o Voo do Falcão é um conjunto de 5 vias de tiroleza, que costuram o cânyon do rio Jacarepepira que por ali passa.
Cachoeira do Jacaré no ECOPARQUE
Cachoeira do Patrimônio no ECO PARQUE
Esquema do Voo do Falcão
Visão lateral do deck de Rapel e Escalada no A.C.A
.Visão frontal do deck de rapel e escalada no A.C.A
Primeiramente, fomos apresentados pela equipe da base, no caso, nós três fomos para o ECOPARQUE. Nosso instrutor, Daniel, experiente condutor e profissional de técnicas verticais, apresentou o conteúdo do curso e de todos os desígnios da função. Foi nos perguntado o conhecimento prévio de algum tipo de prática em altura, o que no entanto era nulo. Assim, passamos à ter as instruções teóricas sobre as atividades. Já logo no primeiro dia, tivemos contato recreativo com a atividade do Voo do Falcão, e as informações sobre todo o operacional.
No segundo dia, passamos a ter instruções sobre nós e ancoragens para descida de rapel. Daniel nos ensinou os parâmetros técnicos de todos os nós e das ancoragens, evidenciando qual é o tipo de procedimento mais apropriado para determinadas situações. Depois, fomos para o deck de treinamento de rapel (uma plataforma de 6m de altura). Lá tivemos noções práticas de todos os procedimentos que deveríamos ter durante as descidas das cachoeiras. Até esse momento, eu não evidenciava nenhum tipo de medo. A atenção em aprender todos os procedimentos era muito mais importante, e assim, fiquei muito concentrado.
No dia seguinte, seria o momento de colocarmos o medo à prova, e conseguir vencê-lo, tornando-se alguém mais sábio e perspicaz. Logo pela manhã, de um dia muito frio por sinal, descemos para o cânyon do rio Jacarepepira para preparmos a ancoragem para a primeira descida do dia, a descida da cachoeira de São Sebastião do Patrimônio. A cada passo que eu dava em direção à cachoeira, ficava cada vez mais excitado - sentia a adrenalina correr nas veias. Chegando lá, a condutora Fernanda e o condutor Igor, passaram a preparar o local para a elaboração da ancoragem. Uma corda de 100m foi usada para a criação da via de descida. Assim que tudo estava pronto, Igor desceu primeiro para lá embaixo, fazer a segurança de quem fosse descer depois.
Chegou a hora. Eu me deparei com aquele precipício e o medo e a excitação tomaram conta de mim. Porém, não perdi o foco. Chequei meu E.P.I (Equipamento de Proteção Individual), olhei para Fernanda, e ela me deu sinal de positivo. Comecei a descida. Foram até hoje, os momentos mais radicais que vivi. Ao passo que sentia aquela torrente de água cair no meu peito, senti a força da natureza. Uma experiência extasiante!
Leandros
Pátio do ECOPARQUE
Pátio do ECOPARQUE
Bombeiro na Slackline
Transportes de Condutores e Aspirantes
22km
Agência Alaya
Equipe indo para o ECOPARQUE
Daniel, o Instrutor
Display na agência
Estrada Brotas - Torrinha
Estrada Brotas - ECOPARQUE
Recebendo instruções
Recebendo instruções
Descendo o deck
Instruções na cachoeira
Descendo
Vista do Voo do Falcão
Para mais informações sobre as atividades da Alaya, acesse o site:
www.alaya.com.br
www.alaya.com.br
Ahhh eu quero ir fazer esse curso tbm.
ResponderExcluirPreciso ir!
Show de bola as fotos caras ,tá gostando mesmo do Rapel,tem q se unir a galera de Ourinhos "KN vertical" que tá meio parada ultimamente mas é só questão de conversar e marcar umas descidas.
ResponderExcluirComo faco para obter informacoes sobre os cursos?
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