DIA 1
5:30am - No horário combinado, todos os três, com suas bagagens aguardávamos a partida do ônibus suburbano da empresa de viação Manoel Rodrigues. Pegamos a linha Ourinhos - Santa Cruz do Rio Pardo, que tem no seu principal trecho da região de Ourinhos, sua extensão na rodovia Raposo Tavares.
Meia hora depois, o ônibus passava na entrada do município de Chavantes, distante 18km de Ourinhos.
6:00pm - Descemos ali, pois à partir deste trecho, pegaríamos outra direção, descendo a Rodovia Fauzi Mansur, sentido sul, em direção à Ponte Pênsil Antônio Alves Lima. Ponte essa, que transpõe as águas do Rio Paranapamena, divisa natural entre o estado de São Paulo e Paraná.
Nossa maior preocupação no momento, girava em torno de nossa locomoção. Caso não conseguíssemos alguma carona, certamente haveríamos de marchar cerca de 8km, num sol que dentre de duas horas, poderia já ser considerado escaldante. Com o peso que nosso equipamento nos proporcionava, o percurso seria completado em mais tempo. Além de que, essa era a distância apenas até a ponte. De lá até o local planejado para nosso acampamento, seriam mais 8km. Chegaríamos numa horário tardio para armar o acampamento.
6:15am - Devido ao fato da rodovia na qual nos encontrávamos, ser a principal ligação com o norte do Paraná da região, o tráfego de autos era intenso, mesmo naquele horário. Não muito depois de descermos do ônibus, e colocar nossos dedões em riste, arrumamos uma carona. Eram rapazes da cidade de Santo Antônio da Platina - PR, que voltavam de alguma gandaia. Era manhã de sábado, e os rapazes viajavam num comboio de dois carros. Ficaram espantados com a nossa disposição em nos aventurar no mato. Certamente, eles têm outro estilo de vida.
6:25pm - Depois dos rapazes nos deixarem exatamente onde começaria nossa trilha, eu, José Victor, e Luan, paramos num determinado ponto para chegar nosso equipamento, e começar a planejar o trajeto a ser percorrido. A Cachoeira do Véu da Noiva, tem aproximadamente 20 metros de altura.
Encontrávamos na parte superior da Cachoeira Véu da Noiva, diante nós há um morro com inclinação média, salvo os pontos de mais inclinação. Há a transposição do riacho da cachoeira, que dará acesso ao morro. Para a transposição das águas, adaptamos uma espécie de tiroleza para passar nosso equipamento. Depois de bem sucedidos passamos à caminhar em direção ao Morro do Leão, uma caminhada em pastagem e mata fechada (principalmente nas proximidades do riacho da cachoeira). A caminhada duraria aproximadamente 2 horas, e para que não houvesse nenhum tipo de problema com fadiga e fome, resolvemos montar um rápido acampamento no meio do caminho, numa das poucas partes planas e e com sombra do caminho. Ali preparamos um almoço rápido, no qual comemos macarrão com molho de tomate, além de milho e ervilha em conserva. Depois de pouco descansar, seguimos nosso rumo.
9:00am - Alcançamos o pico do Morro do Leão, e nos deslumbramos com a paisagem.
Agora, nosso destino era outro, desceríamos o Morro do Leão, que tem 80m de altura, com inclinação acentuada (para nós declive). O caminho foi feito através das trilhas de bois que por lá pastam. Sem a ajuda deles, seria um risco muito grande descer, pois o mato estava extremamente alto. Havia perigo de se pisar em falso e cair.
10:00am - Depois de completarmos o trajeto, seguimos em direção oeste, por uma estrada vicinal que aos pés do Morro do Leão, liga a região com a Represa da Usina Duke Energy em Ourinhos, e com os arredores da Fazenda Laranjal, famosa por seu hotel e sua cachoeira de 70m. Nossa intenção era encontrar um lugar aprazível, as margens do rio Paranapanema e li, permanecer por mais do dias.
13:00p.m - Chegamos ao local desejado, muito cansados, não víamos a hora de armar o acampamento para podermos tomar conta das coisas que necessitávamos, e depois descansar. O lugar escolhido, foi um pasto que, ficava cerca de 50 m da margem do rio, além de não muito longe, haver habitantes, que caso precisássemos de água ou socorro, seria de fácil acesso.
Para meu acampamento, encontrei à disposição, uma árvore com seu tronco com a base de 1,5m , e uma grande bifurcação quase horizontal, possibilitando que eu pudesse, com minhas cordas, fazer um trançado com elas, algo como uma rede. Depois de um trabalho de 40 minutos, estava pronta a estrutura do meu abrigo, cobri a rede com mato e dispus um cobertor por cima. Sabendo que a estiagem do inverno não me proporcionaria chuva, me despreocupei quanto à dormir ou não no relento. Podia ficar tranqüilo em dormir sob a vigília das estrelas.
Luan, estendeu uma rede convencional amarrada à mesma árvore que eu construira meu abrigo, e José Victor, armou sua barraca junto à fogueira ainda apagada. A mesma árvore em que dispus meu abrigo, proporcionava uma sombra muito agradável. De tão frondosa, não precisávamos de mais nada para nos protegermos do sol.
Logo que nosso acampamento estava todo montado, eu e José Victor, ficamos empenhados em arranjar lenha o suficiente para cozinharmos, e mais a noite, queimar uma boa fogueira para proteger-nos de qualquer coisa que nos ameaçasse, além de proporcionar luz no meio daquela escuridão. Luan, incumbiu-se de buscar água potável para cozinharmos e bebermos, afinal, nossas provisões do mais precioso líquido estava por findar-se.
18:00pm - Chegara a hora mais esperada por todos. A janta. Dispus-me a preparar mais uma vez macarrão, mas desta vez com a variação do molho de tomate, proteína de soja texturizada fora acrescida.
Depois da refeição, José Victor, que já reclamava anteriormente sobre uma gripe e indisposição que lhe assaltava, começava à dar indícios evidentes de que estava gripado. Certamente, era necessário ficar sob observação, caso seu quadro piorasse. A noite caía e a temperatura também. Se nada fosse feito, o frio faria com que José Victor caísse mais indisposto.
22:00pm - A gripe de José Victor, indicava que estava estabilizada. Mesmo assim, havia muita apreensão e cautela. Resolvemos dormir, pois estávamos muito cansados. Depois de algumas horas conversando e refletindo sobre até o momento, adormecemos.
3:00am - Fazia muito frio. Por sorte, levei bastante roupas para frio, e assim, não tive maiores problemas para enfrentar a temperatura. Somente o vento gelado me cortando a face durante a madrugada, fizera com que eu despertasse durante meu sono, fora isso, nada me aborrecia. Luan parecia estar confortável em sua rede, dormia profundamente. Já no caso de José Victor, sua gripe passou a ficar muito intensa, e ele sofria com crises de tosse muito forte. Ele tossia tanto que chegava a incomodar. Percebi que nossa aventura, corria sérios riscos de acabar em pouco tempo. Voltei a dormir.
DIA 2
6:00am - Já de pé, passei a inspecionar o ambiente para ver se nada acontecera de extraordinário no acampamento. Notei, que tudo estava conforme a hora que fomos dormir. As crises de tosse de José Victor amenizaram um pouco, mas mesmo assim, só pelo som emitido por ele ao tossir, percebia-se que ele estava com uma forte gripe, certamente ardia em febre. Ao que verifiquei, contou positivo.
Dessa maneira, não houve nada que pudesse ser feito, à não ser preparar uma refeição e traçar o caminho de volta. O estado de saúde de José Victor, impediria-nos de continuar adiante. A medida mais sensata à tomar, fora retornar para Ourinhos.
9:00am - Depois de nos alimentarmos com um molho de tomate, com cebola, alho, batatas, cenouras e soja texturizada, armamos nosso acampamento, e nos colocamos em marcha para retornar. Sabíamos que só haveria uma maneira de nos pouparmos de caminhar uma enorme subida da Ponte Pênsil em direção à Chavantes. Carona. Mas até lá, seria uma caminhada de cerca de 8km até a Ponte. O que nos dificultara o trajeto, certamente fora a indisposição de nosso parceiro de aventura.
11:30am - Ao chegarmos na Ponte Pênsil, depois de comermos uns doces numa barraca para turistas do local, passamos à conversar com pessoas que por ali estavam. A movimentação em torno da ponte era grande, o clima agradável, atraíra muitos para o local. Depois de conversarmos com algumas pessoas que estavam de carro, conseguimos uma carona com um casal da cidade de Ourinhos. Não me recordo o nome deles.
O rapaz, que dirigia o carro, pediu-nos apenas que aguardasse alguns minutos, pois levaria sua garota para ver de longe a Cachoeira, visível da estrada. Concordamos e esperamos. Minutos depois, avistamos a Saveiro branca que seria nossa salvação. O motorista estacionou no acostamento, perto de onde estávamos. Subimos na carroceria e voltamos. O único inconveniente, é que pelo fato de o rapaz ser trilheiro como motocicletas, queria mostrar para sua namorada o lugar onde fazia suas aventuras. O lugar eram as estradas vicinais que ligavam os canaviais às estradas principais. Nós que estávamos na carroceria, comemos muita poeira, porém valeu a pena. Chegamos em casa sem estar cansados, e a saúde de nosso amigo José Victor, poderia ter a atenção devido no momento em que nos encontrávamos.
Saída da Rodoviária 5:30am (Zé Victor, Luan, Bruno)
No trevo de Chavantes/Ribeirão Claro
Já na Cachoeira Véu da Noiva - Este é o riacho que dá acesso ao Morro do Leão
Vista do Alto da Cachoeira
Menor queda d'água da Cachoeira (aprox. 7m)
Subida cansativa
Primeiro Acampamento (almoço)
Vista do Morro do Leão
Morro do Leão
Descendo o Morro
Estrada de acesso à Usina e Hotel
Árvore usada para abrigo
Construindo o abrigo
Abrigo confeccionado
Alimento
Entardecer no Panemão
Entardecer no Panemão (parte II)
Aquecendo a noite
Depois do sono, a caminhada
Em direção à Ponte Pênsil pegar carona
Ponte Pênsil Alves Lima
Comendo terra
Comendo terra (parte II)
Comendo terra (parte III)
Comendo Terra (parte VI)
Fazenda Matas do Lageadinho (Canitar/Ourinhos)
Galpão da Fazenda
Outro galpão da Fazenda
Lago na Fazenda
Dependências da Fazenda
Saímos da Ponte, por volta das 14:00pm. Chegamos em Ourinhos 14:30am
muito bonito hoje to em curitiba ,mas ja morei nessa fazenda vista alegre proxia a cachoeira.
ResponderExcluirMuito massa a aventura!
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